A Sabedoria da Natureza. Roberto Otsu. Ed. Ágora - Livro

Um estudioso das tradições orientais – em especial o I Ching, o Taoísmo e Zen –, Roberto Otsu elaborou uma obra em que compara as posturas humanas diante dos dilemas com os ciclos naturais. Já na introdução do livro, Otsu escreve: “A Natureza é o que é. Ela não dá a mínima importância às teorias criadas pelo homem”. Estabelece que a Natureza nos oferece lições, a todo momento, e que para nós basta prestar atenção e “observar com reverência” o que ocorre à nossa volta. Assim, o objetivo do livro é “apresentar uma amostra da sabedoria que a humanidade desenvolveu ao contemplar os fenômenos naturais”, sabedoria que pode ser encontrada, entre outros lugares, em alguns livros específicos antigos, mas também na cultura popular e nos povos indígenas que sempre tiveram a Natureza como referência. Os capítulos estão divididos em As Lições das Estações, As Lições da Água, As Lições do Bambu, As Lições da Árvore e As Lições do Céu, e trazem lições e, mais que isso, propostas interessantes para o autoconhecimento. Como Otsu diz num dos capítulos, nós vivemos numa sociedade que aprendeu a valorizar coisas complexas, teorias impenetráveis, pensamentos mirabolantes e a supervalorizar o trabalho árduo, a dificuldade e o sofrimento para conquistar as coisas. E, ainda que o esforço seja uma qualidade importante, o problema está em sua supervalorização e o conceito de que apenas as coisas obtidas com muito esforço e sofrimento é que têm valor. Para os sábios orientais, ele explica, tudo que exija esforço demais, não é natural, e pode significar que a pessoa esteja tomada pelo desejo e pela obstinação. Num caso desses, a pessoa pode ter atitudes insensatas e seguir pelo caminho de maior atrito.